A transformação digital e a digitalização dos negócios seguem em ritmo acelerado em vários segmentos. Neste cenário, ainda que o mercado de seguros tenha um perfil conservador, cada vez mais as corretoras e seguradoras optam por investir em uma jornada de inovação.
Novas soluções, produtos e maneiras de se relacionar com o cliente têm sido implantados com a ajuda da tecnologia. Os investimentos em iniciativas digitais passam a ser mais expressivos à medida que as empresas da indústria de seguros compreendem que essa é uma estratégia necessária para se manter competitivo e crescer.
Uma das ferramentas disruptivas que têm sido amplamente usada pelas seguradoras, nos projetos de inovação, é a Internet das Coisas. A tecnologia permite o rompimento com o modelo tradicional de negócios de seguros e, acima de tudo, viabiliza a digitalização dos processos. Para o seguro, “coisas” na IoT incluem dispositivos como wearables, sensores em eletrodomésticos e veículos conectados que usam telemática.
Contudo, ao mesmo tempo que a esta tecnologia proporciona vantagens como a redução de perdas e a construção de um relacionamento mais próximo com os segurados, também traz uma série de dilemas e desafios que precisam ser considerados e superados. Quer saber quais são eles? Continue lendo esse artigo!
1. Disrupção com modelos existentes
O uso da IoT amplia muito o leque de oportunidades e possibilidades para as seguradoras. Dentre as principais vantagens, é possível destacar a mitigação de riscos e a redução de sinistros proporcionadas com o uso desta tecnologia.
Contudo, nem sempre uma estratégia resulta apenas em ganhos. O fato é que, a longo prazo, a redução de sinistros, por exemplo, levará à contratação de seguros com prêmios mais baixos. Logo, as seguradoras têm o desafio de substituir essa receita que tende a ser decrescente. Para tanto, uma alternativa possível é criar novos serviços geradores de receita baseados na Internet das Coisas.
Além disso, ainda que as seguradoras priorizem o investimento em transformação digital, muito possivelmente elas encontrarão novos concorrentes que já estão usando a IoT. São exemplos as montadoras de automóveis e empresas digitais como o Google e a Amazon, que também vêm explorando essa ferramenta.
Desse modo, é preciso fazer a disrupção de maneira inteligente, para manter o potencial competitivo.
2. Lidar com o grande volume de dados
Com a IoT e a transformação digital o mercado de seguros, que sempre usou muitos dados, se pauta cada vez mais por eles. Se antes os indicadores eram relacionados ao histórico de administração de apólices, ao gerenciamento de sinistros e ao faturamento, agora é possível extrair dados de várias camadas da gestão da seguradora. Do perfil do beneficiário até o pagamento do prêmio, tudo se transforma em informação.
Neste contexto, o desafio das seguradoras é saber como usar os dados fornecidos pelas fontes dos dispositivos da Internet das Coisas para tomar as decisões assertivas e gerar inteligência de negócio.
Portanto, é preciso que as seguradoras e corretoras de seguros pensem na melhor maneira de fazer a gestão do grande volume de dados gerados. Neste momento, a estratégia de gestão de dados ideal envolve a mescla das informações de origem da IoT com dados tradicionais, como cadastros de clientes.
Dessa maneira, será possível definir uma maneira para gerenciar os dados derivados dos dispositivos da Internet das Coisas garantindo soluções unificadas, ferramentas, metodologias e fluxos de trabalho claros e eficazes para o time.
3. De quem são os dados?
Essa é uma questão de prioridade que precisa ser considerada. Afinal, é fato que os dados gerados pela Internet das Coisas fornecem às seguradoras muito mais clareza sobre alguns aspectos. A partir deles, é possível identificar, por exemplo, quais são os riscos aos quais um segurado está exposto.
No entanto, embora tenha acesso aos dados, a propriedade deles é questionável. Afinal, eles pertencem à companhia de seguros ou ao cliente? Difícil responder com precisão.
Especialmente porque os clientes podem requerer os direitos sobre seus dados pessoais e o histórico de sinistros, por exemplo.
Em 2018, o Brasil avançou nesta discussão com a aprovação da Lei Geral Proteção de Dados Pessoais (LGDP), nº 13.709/2018. A legislação estabelece limites importantes.
Além disso, quem cometer infrações, como o uso inadequado dos dados, por exemplo, pode receber multa por incidente de 2% do faturamento do último exercício até R$ 50 milhões, além de outras sanções administrativas, civis e penais.
4. Regulações
Embora a digitalização dos negócios no mercado de seguros esteja ganhando cada vez mais atenção, o setor ainda tem muito para avançar. Principalmente porque os dispositivos IoT possuem alta vulnerabilidade.
São vários os fatores que indicam as ameaças derivadas do uso deste tipo de tecnologia. Veja, a seguir, alguns deles:
- Falta de atualização do software usado;
- Ausência de segurança no design do sensor;
- Falha humana por falta de conhecimento e experiência no manuseio;
- Manutenção indevida.
Neste contexto, é fato que é preciso focar esforços nas regulações para uso deste tipo de tecnologia.
5. Mais segurança para prevenir e combater fraudes
Conforme o uso da Internet das Coisas se torna mais frequente, mais suscetível a potenciais ataques cibernéticos e fraudes o ecossistema de seguros está. Um carro conectado à base de dados da companhia de seguros, por exemplo, aumenta o risco de interceptação de informações.
Por isso, ao lançar novos produtos baseados em IoT, as corretoras de seguros precisam priorizar investimentos em segurança da informação. Essa é a única maneira de se blindar contra possíveis fraudes.
Quer conhecer outras novidades sobre o uso de tecnologias disruptivas no mercado de seguros? Continue acompanhando o Trends.